domingo, 20 de abril de 2008

Mito ou verdade: inhame combate mesmo a dengue?

Anne Rocha

Em meio à epidemia de dengue que castiga o Rio de Janeiro e outras regiões do Brasil - causada pela picada do mosquito Aedes Aegypti - surgiu uma história de que comer inhame combateria a doença e aceleraria a recuperação. Seria isso verdade?

Esse tubérculo - também chamado de cará - tem origem asiática e possui a propriedade de purificar o sangue. O inhame, inclusive, foi muito utilizado no começo do século, para tratar pacientes acometidos pela sífilis.

A nutricionista Luciana Moraes diz que a alimentação é parte importante no tratamento da dengue, mas que não há nenhum estudo científico que comprove a eficácia da ingestão do inhame no combate à doença. "Ele possui vitaminas e proteínas que fortalecem o organismo em casos de infecções, mas daí a afirmar que previne a dengue é demais. Pode acontecer de pacientes acometidos pela doença, mas que já tinham o inhame inserido em seus hábitos alimentares, entre outros alimentos ricos em nutrientes, ficarem menos debilitados que aqueles que não se alimentam de forma adequada e balanceada. Porém, todos possuem as mesmas chances de pegar a doença", esclarece.

A dona-de-casa Nair Silva diz que já teve dengue há alguns anos, mas afirma que não vai se deixar contaminar desta vez: come um inhame por dia, utilizando as mais variadas receitas. "Os médicos nunca vão dizer que inhame funciona. Preferem nos fazer comprar remédios, mas eu não vou deixar que me enganem", sentencia.

Pelo sim, pelo não, ingerir inhame não faz mal à saúde, até porque ele mantém a boa flora intestinal, o baixo índice glicêmico, fortalece o sistema imunológico e combate a anemia, além de ser usado na forma de emplastro para infecções de pele. Veja algumas dicas de como se pode usar o inhame de diferentes maneiras. Aproveite, só não vale exagerar!

- Inhame cru
- Inhame cozido
- Inhame na frigideira
- Inhame na panela
- Inhame no forno
- Sopas
- Doces
- Emplastro

Novidade no combate à dengue

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco apresentaram um novo exame capaz de diagnosticar dengue no organismo humano em apenas três minutos. A rapidez do resultado pode salvar muitas vidas, principalmente nos casos mais graves, já que o teste tradicional chega a demorar até duas semanas. Pelo novo método, uma nanopartícula fluorescente entra em contato com o DNA extraído do sangue do paciente e aponta a existência do vírus e até o subtipo da doença. Esse exame foi desenvolvido durante dois anos na UFPE. Precisa de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que exige testes em 200 pacientes. O pesquisador Celso Melo, coordenador da pesquisa, espera que o processo de aprovação termine em três meses.

Fonte: Revista Época

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