terça-feira, 22 de maio de 2007

Chorar também é um bom remédio


Aziz Cauan Ahmed


Se Rir é bom para a saúde, debulhar-se em lágrimas de vez em quando também é um ótimo calmante. Ir do marejar dos olhos ao transbordar em lágrimas faz com que nos sintamos mais leves. Algo que a ciência já tem como certo: ao chorarmos, liberamos substâncias químicas que proporcionam a sensação de alívio quase imediato. O efeito é desencadeado exclusivamente por cutucadas emocionais e não por estímulos físicos, como quando o globo ocular se irrita com aquela cebola cortada. É comprovado que as lágrimas provocadas pela emoção removem elementos acumulados nas horas de estresse.

Elas, literalmente, põem tudo para fora. Fisgado pelos sentimentos, o cérebro fabrica certos neurotransmissores. Esses compostos passam de um neurônio para outro avisando que as glândulas lacrimais precisam ser contraídas. O choro começa. E quando entornamos a primeira gotícula, entra em cena a leucina-encefalina. A partir daí, chorar funciona como uma válvula de escape que manda o excesso do hormônio embora.


Sim, as lágrimas fazem bem. Mas não dá para chorar em todo canto, a qualquer instante. O excesso, assim como reprimir o líquido, deixa na cara que as coisas não estão bem. "Chorar a perda de um parente ou por causa de um problema financeiro é justificável. Já por coisas pequenas, como perder um ônibus, não faz sentido", comenta a psicóloga Natália Martins. O choro franco é a emoção em gotas e, quando elas escorrem por qualquer razão, é sinal de que a pessoa está descompensando suas emoções. "Pôr o sentimento para fora e chorar não são a mesma coisa", lembra Natália. Quem chora pode ser passivo ou nem sequer se dar conta do motivo, enquanto que demonstrar sentimentos exige que o indivíduo entenda o que se passa consigo. "Daí, se houver um problema a ser resolvido, ele é capaz de tomar uma atitude", conta Natália.

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